Sistemas de vendas digitais para compras recorrentes por revendedores e comercialização online de produtos em grande volume para CNPJ estão entre as alternativas mais buscadas pelo segmento de distribuição.
O que muitos especialistas previam que aconteceria só na próxima década foi antecipado pela pandemia: atacadistas entrando fortemente no mercado digital, passando a comercializar seus produtos via e-commerce para seu público varejista ou, em alguns casos, diretamente ao consumidor final. Segundo um estudo divulgado pela McKinsey, firma global de pesquisas, houve um aumento de 62% de participação das vendas para Pessoas Jurídicas, o chamado B2B, no e-commerce brasileiro desde o início da pandemia.
Para a consultora de Marketing e Tecnologia, Alessandra Lemos Fernandes, diretora executiva da Ser Mídia, empresa especializada em estratégias digitais, essa tendência acompanha uma mudança de cultura por parte do empreendedor, aliada ao novo comportamento do comprador. “Especialmente no mercado de distribuição, a venda presencial sempre foi muito valorizada, mas a força das televendas já apontava para a abertura de compras a distância. Agora, com as novas tecnologias, o pedido pode ser feito diretamente no site ou plataforma digital, em alguns casos, automatizado para clientes que efetuam compras recorrentes, por exemplo. Além disso, o comprador CNPJ pode ir diretamente em várias páginas, comparar preços, fazer o pedido e receber no local desejado, acelerando o processo para ambas as partes", destaca.
A busca por consultorias que ajudem essas empresas a implantarem ferramentas para que possam estar inseridas dentro das novas tecnologias e formatos de vendas online também tem crescido. Para Alessandra Lemos Fernandes, a internet vem se tornando cada vez mais uma aliada e facilitadora para as empresas, neste processo de compra e venda. De acordo com o levantamento da McKinsey, 75% das distribuidoras, atacadistas e clientes pesquisados afirmam que as lojas virtuais têm características que tornam o negócio mais eficiente. “É uma oportunidade de expandir mercado mas, especialmente, é importante por causa da competitividade. Uma vez que o comprador se insere no digital, se torna um imperativo para as distribuidoras estarem também nesse meio porque senão elas vão perder mercado", complementa.
Ainda segundo a especialista, para quem acredita que essa mudança de comportamento deve mudar após a pandemia, os números apontam que o crescimento deve ser ainda maior nos próximos anos. Um ano antes do início das medidas de isolamento, as vendas online B2B já movimentavam R$ 2,39 trilhões no Brasil, conforme levantamento da E-Consulting, em 2019. "Pesquisas mostram que após o sucesso da primeira compra online, a disposição de utilizar o meio virtual aumenta ainda mais. Na Ser Mídia, realizamos para os nossos clientes uma consultoria de inovação em que mapeamos dentro da realidade de cada negócio - seja indústria, distribuição, varejo ou serviços - as oportunidades de digitalizar processos comerciais e vender online. Mais do que ter um e-commerce, é ter ferramentas impulsionadoras de resultados", revela a diretora executiva.
Atacados na web
A 503 Comércio é um exemplo de empresa que passou a atuar no digital no último ano. Já consolidada como uma grande distribuidora para o ramo da saúde, a partir da consultoria da Ser Mídia, estruturaram a empresa para atuar no e-commerce, lançaram a marca Click Materiais e passaram a atender o varejo também. “Através das vendas online, atingimos um público onde o nosso segmento não chegava”, disse o diretor geral da Click Materiais, Paulo Sérgio do Nascimento Gomes. "Nesta fase inicial, as vendas estão mais voltadas para os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, mas já com planejamento de expansão para o Brasil, visto que o ambiente virtual pode ser ilimitado. A expectativa é enorme. O próximo passo é expandir para o Sudeste, até chegarmos a nível nacional”, afirma
Além da venda direta ao consumidor, a loja virtual está trazendo novos clientes PJ. "Tivemos pedidos de cotação e venda para empresas que há tempos estávamos tentando prospectar e que, agora, entraram em contato conosco após conhecerem nosso novo site pelas campanhas de marketing que estamos realizando. Novos negócios começam a surgir, somada à venda direta que também ocorre em marketplaces", avalia Paulo Sérgio.
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